Incrivelmente,
descobrimos que havia, sim, uma lua no
céu, agora já sem a concorrência das
luzes de neon. Uma lua nos últimos tempos
com suas duas faces ocultas, estendeu,
novamente, sua coifa argêntea , hoje, monopólio dos astrônomos , viu-se devolvida aos enamorados. O escurinho
passou, novamente, a ser cúmplice da paixão e a leitura em Braile mostrou sua importância expandindo-se além dos muros
do Instituto Benjamim Constant. Alargaram-se os horizontes dos outros quatro
sentidos. Reaprendemos, rapidamente a revelarmo-nos,
como fotografia, nas câmaras escuras deste mundo a media luz. As nuances passaram a ser reveladas e cultuadas. Na
treva, pequenos detalhes, discretos matizes defenestram, muitas vezes,
percepções até então desconhecidas. No breu , como na vida, essas percepções
são meros simulacros, silhuetas de uma verdade perseguida e, eternamente,
inalcançada.
A
penumbra nos trouxe a revelação de que existe sim, um outro mundo vívido à
nossa volta, longe dos holofotes da realidade cotidiana. Somos meros fantasmas neste planeta, vagando,
caoticamente, entre luzes e sombras.
Crato, 23/03/2018
Um comentário:
MUITO BOM.DR JF PINHEIRO VIEIRA.LUA LUAR.....
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