J. Flávio Vieira
A coisa parece andar ainda em
banho-maria, mas o certo é que há já visíveis sinais dos sorrisos abertos, da
solidariedade à flor da pele, da exacerbada sensibilidade social e das tapinhas nas costas: estamos
mergulhados, novamente, em clima eleitoral. Forças políticas se organizam,
babões e cabos eleitorais se inflamam e, pouco a pouco, as peças se vão
colocando no tabuleiro de xadrez. A população, aparentemente, encontra-se ainda
sem muito apetite, meio cabreira e olhando de soslaio. E as razões são muitas
para tanta desconfiança. Que valia tem o Título de Eleitor se os votos de
milhões podem ser anulados por quatro gatos pingados, no tapetão ? Além de tudo,
as administrações públicas das três
maiores cidades caririenses, na última gestão, foram, simplesmente, abaixo de
qualquer crítica. Em nada avançamos, continuaram as mesmíssimas deformidades
eleitorais de sempre, Saúde-Educação e Cultura, a mola mestra de qualquer
cidade que se preze, foram simplesmente relegadas à sarjeta. Salvou-nos,
apenas, a administração estadual anterior, que, alinhada com o governo federal,
ao menos em termos de obras construídas, bateu todos os recordes conhecidos na
história do estado. A última gestão da prefeitura do Crato, infelizmente, não
conseguiu , simplesmente, acertar em uma única área. Marcamos passos por quatro
anos, amarrados em processos burocráticos, licitações emperradas, secretários
na sua maior parte sem conseguir desempenhar um mínimo de papel decente, se
sucedendo quase que em escala de plantão e uma Câmara Municipal omissa,
silenciosa, compactuando com a tragédia que se foi desenhando mês após mês. O
Crato se tornou uma mera caricatura daquilo que já foi um dia e nisso, é
imprescindível que se entenda, há muito da responsabilidade do seu povo e dos
seus governantes. O descrédito chegou a um nível que sequer a candidatura
natural à reeleição do atual gestor municipal se faz viável, nem mesmo apoio
podendo diretamente dirigir a um ou outro candidato, tamanho o desgaste que foi
acumulando, principalmente ante à tremenda expectativa que despertou nos
cratenses com a histórica votação recebida em 2012.
Por
tudo isso, claro, o cratense anda meio desconfiado , como cachorro em noite de
São João. O cardápio que se apresenta, atualmente, não parece trazer iguarias novas à degustação.
A maior parte dos pratos já nos causaram indigestão em regabofes anteriores. Mas
a mesa , aos poucos, vai sendo servida. É o que temos para o banquete
democrático , se é que é ainda possível falar em Democracia no Brasil.
Escolhamos o menos pior ! E mais, sejamos criteriosos na escolha dos vereadores
! Que possam desempenhar a função fiscalizadora e legislativa ! Não tem sentido pagarmos tão caro ( e eles
são todos funcionários públicos, embora não pensem assim!) para se limitarem a
dar nomes de rua e títulos de cidadania ! E mais: empanturrarem a máquina
pública com seus asseclas e viverem cobrando taxinhas para aprovarem projetos do interesse da população. Basta ! Se não for possível eleger um prefeito à
altura do município de Crato, por inteira falta de opções , ao menos catemos , cuidadosamente, os nossos
representantes na Câmara Municipal ! Uma Câmara isenta, independente e
fiscalizadora já será , ao menos, um bom passo para escapar do marasmo
histórico em que nos metemos !
Crato, 29/07/16
Um comentário:
O problema é que a maioria do eleitor fala muito, mas na hora de mostrar o poder que tem, faz merda na urna.
Postar um comentário