quinta-feira, 28 de novembro de 2013

28 / 11 / 13

Parabéns !



sexta-feira, 22 de novembro de 2013

Lilliput





                                              
O mundo de Madalena era minúsculo. As fronteiras percorriam-se facilmente sem  atropelos. O centro do universo brotava no pequeno sítio onde vivia e estendia-se , quando muito, À pequenina vila onde, religiosamente, ia aos domingos fazer a feira. A cidade enchia-lhe o coração de um certo travo, como se alcançasse a mordida final da polpa do caju. Tudo ali lhe parecia desproporcional e barulhento:  o nanico arruado cintilava-lhe aos olhos como a metrópole , a capital do seu mundo prenhe  dos hipnotizantes avanços tecnológicos : a luz elétrica, o calçamento tosco ( para ela ladrilhado com pedrinhas de brilhante), a praça, a igrejinha. Todo domingo chocava-se o mundo minimalista de  Madalena com a aparente grandiosidade  da Vila, dir-se-ia Gulliver saindo de Liliput e adentrando os portais de Brobdingnag.
                                    Como não se emprenhar  da pequenez do planeta, visto através do translúcido filtro do sítio ? Para o pinto  os horizontes  não terminam na casca do ovo ? Ali, a lua cheia beijava-lhe o terreiro em reverência quase que religiosa. As estrelas refletidas na lâmina do açude podiam ser bebidas com a concha das mãos e o sol , onipresente, morava no quarto da frente, envolto no seu cobertor de fogo e de luz. Até o outro mundo percebia-se convidativo ,ali defronte,  num cemiteriozinho improvisado, perto da casa, com suas cruzes tronchas e suas flores murchas. Talvez, por isso mesmo, a vila saltava-lhe aos olhos como um estorvo, uma outra longínqua galáxia.
                                   Madalena ouvia, vez por outra, falar de terras estranhas e distantes. Recife, Rio, São Paulo...Na sua escala, no entanto, não deviam ser locais tão remotos. O Oiapoque terminava no pequizeiro defronte da casinha de taipa e o Chuí iniciava-se longo adiante , no fim do quintal.  Os feirantes , vorazes engolidores de estrada, falavam das terríveis e penosas viagens a muitas lonjuras. Madalena, no entanto, assegurava-os, alimentando o riso de muitos, que atrás de sua casa tinha uma veredazinha que era pertinho de todo canto deste mundão de meu Deus. Na feira, o povo mangava daquela pretensão, daquele portal particular da roceira e apelidaram a vereda de : “Caminho de  Madalena”. Queriam que algum fazedor de mandado se apressasse?  Sapecavam:
                                   --- Vá pelo Caminho de Madalena, viu  ?
                                   Se alguma pessoa chegava atrasado num trato, a pergunta fazia-se inevitável :
                                   --- Por que não veio pelo caminho de Madalena ?
                                   Diferentemente de Liliput, no entanto, aos olhos de Madalena era o mundo que se revelava microscópico e não as pessoas. Os homens e as mulheres desnudavam-se enormes  e coloridas talvez como um contraste natural ao opaco-cinza do restante da aquarela. Os sonhos, também, tantas e tantas vezes, trespassavam    as fronteiras daquele mundinho, a contragosto da sonhadora, e deslindavam-se para além  dos limites extremos do pequizeiro e do quintal  fazendo-se palco mais que suficiente para o enredo de uma vida.  E aos poucos se ia aprendendo que nas muitas viagens,  físicas e sentimentais,  empreendidas na existência, nesta contínua corrida de obstáculos ,  pode-se buscar, sempre,  um atalho menos penoso, uma via mais expressa: um Caminho de Madalena.

Crato, 22/11/13

sexta-feira, 15 de novembro de 2013

Ingrizias sebastianas



                        
J. Flávio Vieira

                        Mais de três anos sem cair um pinguinho sequer. Os poços do rio Paranaporã já tinham batido a piaba há mais de dez meses. Matozinho estava mais seca que língua de papagaio. De bicho de quatro pés só havia restado tamborete e de  avoador : pipa. Verde, na cidade, só se via em solenidade da prefeitura quando hasteavam o panteão nacional, mesmo assim era um verde velho desbotado mais puxado para cinza. Ah, havia, ainda, um outro raro remanescente  da antiga esperança : o  pano da sinuca do Bar do Godô. Quem chegasse de fora, ficaria encafifado como era possível sobreviver em meio àquela catástrofe. Não se lia, no entanto, nos olhos dos matozenses, nenhuma aflição descabida. Estavam acostumados ao ciclo natural das intempéries. Angustiavam-se quando viam os animais serem dizimamos, em série, pela fome e pela sede, mas lia-se ,no fundo das retinas,  um longínquo verde de esperança, cover daquele que um dia já havia engalonado as árvores e as vidas.
                                   Afonso Caititu morava no alto da Serra da Jurumenha nas cercanias de Matozinho, uns quatro a cinco quilômetros mais perto do céu. Nos últimos dias, havia procedido ao inventário final pós hecatombe. O que restava ainda para se desfazer e transformar em víveres ? Deu , então, com um velho Rádio SEMP, ainda alimentado a válvulas. Lembrou, então, que naqueles dias terríveis se celebrava, por ali, a festa do santo da capelinha : São Sebastião . Havia um vuco-vuco danado de gente indo e vindo para as novenas. Do alto de seus conhecimentos de Marketing de pé-de-serra, teve uma idéia genial. Aproveitaria a festa religiosa e promoveria um bingo do rádio, dava para arrecadar uns reais e transformá-los em farinha e rapadura por mais alguns dias, até que outro santo , Pedro, resolvesse colaborar.  
                                   A casa de Caititu ficava na saída do arruado. Ele , então, providenciou os preparativos. Varreu todo o terreiro, espalhou cadeiras disponíveis , posicionou o oratório, do lado de fora, com a clássica imagem de São Sebastião amarrado e trespassado de flechas ; contratou alguns meninos para fazerem a propaganda de  boca em boca e melhorou a iluminação com algumas lamparinas subsidiárias, movidas a querozene jacaré. De noitinha, postou-se defronte, com o rádio colocado numa mesinha, em local bem visível, as cartelas, a cumbuca e pedras em ponto de bala para o início do jogo.
                                   Afonso havia planejado tudo , detalhadamente. Escapou-lhe, no entanto, um fato importante. Um vizinho --  Francalino  Bemtevi – tivera uma idéia parecida e pertinho dali promoveu um Forró numa latada improvisada, com o grande Sanfoneiro da região : Cotozinho dos Oito Baixos. Eram eventos de sobra para um arruado tão pequenino, mesmo envenenado com o turismo religioso. Caititu postou-se em frente à casa, esperando, pacientemente, a clientela. Alguns meninos e curiosos ficaram pelas beiradas esperando o desenrolar das coisas. Aos poucos começou a chegar a freguesia, mas passava direto para o Forró. Entre as cartas e o rela-bucho preferiram o esfrega coxa. O tempo foi passando e, pouco a pouco, iam se dissolvendo as esperanças do nosso promoter. De início, Afonso ainda tentou se convencer que as coisas mudariam, mas , por volta de nove horas, caiu-lhe a ficha e o orelhão todo na cabeça. Afobado, desistiu e começou a colocar as coisas para dentro de casa, numa penosa desprodução. Enquanto ia e vinha, percebeu, entre os  curiosos  que por ali ainda permaneceiam curruchiado. Estavam, cuidadosamente, mangando dele. Numa das viagens , no leva-leva de coisas, trouxe, consigo, a velha espingarda soca-soca. Firmou-a no chão, observou a platéia meio desconfiada e ameaçou:
                        --- Tô botando as coisas tudo pra dentro. Mas tô avisando! O primeiro filho da puta que armar um risinho de canto de boca , zonando comigo, eu meto bala. Querem ver ?
                        Ninguém queria, ao menos ali, defronte ao cano da soca-soca. Foram saindo rápido. Caititu, no entanto, ficou ainda mais fulo da vida, quando ao longe, ouviu as gargalhadas que se soltavam já fora da alça da mira. Quando pegou por fim a imagem de São Sebastião, sobrou a raiva para  o santo guerreiro:
                        --- Vai timbora pra dentro de casa! Num fica olhando pra mim , não ! Devia ter vergonha : com esses olhos pidão, revirados pra riba, como quem procura rola voando!  Pezim levantado, munheca e rejeito moles, todo flechado... Tome jeito de homem! Tu é loiça, é ? Num zone , não ! Tu nem pode correr todo ingriziado  de imbiriba pra todo lado! Num venha não, seu fresco  !Te lasco chumbo no rabo!
15/11/13

segunda-feira, 11 de novembro de 2013

A ÁRVORE E A BRISA DO NORTE


                        De repente, nossa cidade viu-se assaltada por um terrível espectro: a morte quase diuturna de jovens em pleno frescor da vida. Acidentes seguidos, doenças consumptivas acabaram destruindo a alegria de muitas famílias que passaram a carregar a a inigualável dor de sobreviver aos filhos.  Imaginem uma roseira que na primeira florada, mal brotam-lhe os primeiros botões,  se vê, de repente, arrancada da terra por uma áspera lufada de vento. Pelo chão espalham-se atônitas :  raízes sôfregas pela seiva agora inalcançável; as folhas murchas e estilhaçadas em busca de seus galhos e os botões saudosos das pétalas futuras que nunca mais desabrocharão. As árvores, ao derredor, pasmas, sequer conseguem compreender as razões do crime perpetrado: o futuro mergulhado na areia movediça do acaso e do imponderável. As flores futuras não mais untarão de polens as asas das abelhas e o bico dos beija-flores. Das sementes vindouras não mais irromperão brotos de vida. E faltará ao mundo o brilho encantador e inefável das cores das rosas que feneceram antes mesmo de germinar. Os galhos agora ressequidos já não frutificarão, a vida foi cindida na sua totalidade:  embrião, cotilédones, fruto. Como arrancar dos mistérios da floresta uma explicação para a tragédia ?
                   Os duendes das matas nos sussurram oníricas visões sobre a catástrofe. Vejam que a arvorezinha, tolhida em plena primavera, não sofrerá os rigores do inverno vindouro. Não padecerá, também, no verão que já se prenuncia com seus fulgores e suas intempéries. No outono já não se sentirá desnuda, com todas as folhas caídas em volta, à espera das roupas novas que a próxima primavera lhe deveria trazer como presente. Não lhe foi dado tempo, também,  para constatar a voracidade dos animais e o jogo duro de poder que flui dos embates diários da cadeia alimentar. O acaso eximiu-a, também, da decrepitude que lhe trariam os anos, quando todas suas seivas secariam e passaria a ser apenas um espectro, com os galhos retorcidos e sem folhas.  A arvorezinha teve aos olhos apenas a visão da fase mais florida e encantada da vida e levou consigo a única  lembrança que lhe tocou a percepção :  um mundo repleto com  o verde das matas, o cantar relaxante do regato, o gorjeio de sedução do sabiá no tronco da baraúna.
                   Toda a flora continua atônita , no entanto, com o  brusco e terrível corte  da cimitarra do destino. Lembremos porém da árvore que fascinou e   encheu de cor a floresta e a sua simples existência , sua brevíssima presença  entre nós, tem que ser celebrada como um milagre da vida. Sem aquela arvorezinha que tão prematuramente se viu tolhida pela brisa do norte , o mundo não seria o mesmo, a floresta não teria as mesmas nuances e todos que se acalentaram com sua seiva e seu vigor teriam, hoje, a visão de um mundo mais cinza e menos florido. De alguma maneira a arvorezinha rebrotou no coração de todos aqueles que a viram um dia.  Vive em todos nós, nos inunda com suas sementes, nos perfuma com suas flores e seus frutos haveremos de colher todos os dias, opimos e deliciosos, porque nos chegam imersos em finas e gotículas de vida e de eternidade.  

J. Flávio Vieira

11/11/13

sexta-feira, 8 de novembro de 2013

Signo de Caranguejo






"Não há nenhum pensamento importante que a

burrice não saiba usar, ela é móvel para todos os lados

 e pode vestir todos os trajes da verdade. A verdade, porém,

tem apenas um vestido de cada vez e só um

caminho, e está sempre em desvantagem." (Robert Musil)



                                               O Crato, amigos, é mesmo uma cidade sui generis. Esta semana conseguimos por abaixo  dois paradigmas históricos. O primeiro profundamente cratense, do nosso Quixadá Felício : “Nesta terra há lugar para todos os homens de boa vontade” e um outro nacional , ditado por Pero Vaz de Caminha, na sua carta: “Nesta terra em se plantando tudo dá! Acabamos de provar  que não há boa vontade neste mundo que suporte a burrice de alguns nossos conterrâneos e que, ao contrário do que pensava nosso escrivão, nesta terra em se plantando, tudo fenece.  A pretensa cidade da Cultura  já não tem um Cinema, não possui um Teatro sequer, não tem mais nenhum Jornal, o Instituto Cultural deixou de publicar há mais de 20 anos sua Revista Itaytera,  o Museu do Crato está com instalações deterioradas e parte do acervo desapareceu. Neste exato momento em que a Mostra Cariri das Artes foi cancelada na nossa cidade, a Câmara Municipal foi invadida , a Reitoria da URCA sofreu outra invasão e a centenária Diocese do Crato está envolvida em processos judiciais de estelionato e formação de quadrilha.    Foi coisa botada ? Costuraram a boca de um sapo e botaram ali no Muriti ? A melhor explicação deste azar reiterado vem do nosso compositor Abidoral Jamacaru. Segundo ele, o Crato faz aniversário em 21 de Junho , deve ser  pois do signo de Caranguejo, assim,  astrologicamente se justificaria esse nosso destino de dar um passo para frente e dois para trás.
                                   O certo é que complexados como todos os cratenses já vivem, pulularam inúmeras versões e teorias conspiratórias nas Redes Sociais e rodinhas de praça,  tentando culpar vários atores políticos e sociais nesta derrocada derradeira. Afinal as Mostras SESC  , nos seus quinze anos, se tornaram o mais importante evento de todo o Sul do Ceará, formando platéias e imantando de diversidade cultural o Cariri, promovendo encontro de artistas e estimulando um interessante intercâmbio.  O holocausto da Mostra SESC por aqui envolve, na polêmica, basicamente três principais atores : A Prefeitura do Crato, a FECOMÉRCIO e a Guerrilha do Ato Dramático. Pretendo, aqui, refletir sobre cada uma das partes para tentar entender, depois do dilúvio, o motivo do afogamento generalizado. Quase impossível se entender a tragédia quando, este ano, tínhamos um interessante alinhamento de planetas : Dane de Jade, nossa fabulosa Secretária de Cultura, veio de dentro do SESC e foi uma das mentoras da Mostra, por outro lado, nosso Vice-Prefeito, Raimundo Filho, sempre teve uma ligação fraterna e umbilical com a FECOMÈRCIO, a grande patrocinadora da Mostra. Só nosso caié eterno mesmo para explicar a tragédia acontecida !  
                                   O SESC/Crato,nos últimos quinze anos, é bom que se entenda, funcionou como a Secretaria de Cultura da Cidade. A ele devemos não só as Mostras, mas espetáculos freqüentes do Palco Giratório e do Sonora Brasil, lançamentos de livros, shows musicais principalmente através do Armazém do Som , leituras de Cordéis na Feira e um interessante calendário de exposições de Artes Plásticas. As Mostras sempre aqui se instalaram  com praticamente nenhuma ajuda dos Governos Municipais, além da cessão de alguns espaços públicos para que acontecessem. E chegaram a trazer mais de 700 artistas, englobando, só em Crato, mais de dez salas de espetáculos funcionando ininterruptamente. Aqui chegaram espetáculos fabulosos como “Cassandra”, “Gota D´água” , “O Círculo de Giz Caucasiano”, para citar apenas alguns.  Vários dos mais importantes grupos teatrais do país  e do exterior como Argentina, Portugal, Uruguai, França aqui estiveram, sem falar em shows musicais  de importantíssimos artistas brasileiros : Nação Zumbi, Chico César, Jorge Mautner- Nélson Jacobina, Naná Vasconcelos e muitíssimos outros. Os artistas da região, nas suas mais multifacetadas formas,  participaram intensamente dos eventos. As Mostras sempre trouxeram uma imersão cultural importantíssima para o Crato, sem se falar sequer na injeção de economia, na nossa  cidade, nos aluguéis de espaços,  e os  restaurantes , lanchonetes, hotéis abarrotados. Isso sempre sem nenhum ônus, praticamente, para o município. O SESC, pois, tem amplas razões quando reclama do boicote por parte da gestão municipal à XV mostra. Vá lá que não se apóie, mas criar empecilhos, construir barreiras, não é demais ?
                                   Quanto à Guerrilha do Ato Dramático, ela surgiu há mais ou menos cinco anos por grupos de teatro do Cariri insatisfeitos com a seleção de espetáculos e, também, com a política de cachês. Estes grupos, é bom que se frise, fazem um trabalho incrível de resistência. Imaginem vocês, fazer Teatro Amador ou semi-profissional, no interior do Nordeste !  Batalham dia a dia contra todas as adversidades, órfãos quase sempre de apoio governamental. É preciso tirar o chapéu para eles. É claro que podem ter surgido radicalizações de parte a parte. Sempre entendi que a Guerrilha fazia-se sempre contra todas muitas  adversidades e não contra a Mostra SESC em si. Faltaram, possivelmente, negociadores para dirimir as arestas. Podia-se, por exemplo, negociar para os dois eventos não acontecerem simultaneamente. Já temos tão poucos no calendário !  Corre-se sempre o risco de uma cobra engolir a outra e a outra engolir a uma e as duas desaparecerem, como na historinha de Trancoso, risco que se corre agora. A questão dos cachês, claro, podia ser revista, sempre lembrando , no entanto, que não é a qualidade do artista mas o próprio mercado que a determina. Luan Santana, por exemplo, tem um cachê infinitamente maior que o de Ednardo ou Gilberto Gil. Não acredito, de sã consciência, que os guerrilheiros tenham sido os causadores diretos pelo impasse que ora vivenciamos. Até porque, sem a presença da Mostra, sem o seu clima, eles serão diretamente atingidos.  Não ! São apenas coadjuvantes. As decisões maiores vêm do Generalato e não dos soldados rasos.
                                   A Prefeitura Municipal vem tentando, reconheço, recolocar o Crato novamente no cenário da região, ao menos em discurso. Jogou, de imediato, a culpa de tudo, na intransigência da FECOMÉRCIO que teria fechado questão contra a Guerrilha, numa espécie de  “Ou eles, ou nós, escolham!”. Sinceramente não acredito nesta versão, até porque os dois eventos vinham acontecendo simultaneamente há muitos anos. Um dos grandes pecados foi não terem ouvido Dane de Jade, a Secretária de Cultura dos sonhos de qualquer município nordestino! Eu mesmo queria levá-la para Matozinho. Dane vem de dentro do SESC, foi uma das mentoras da Mostra e tem uma vivência fabulosa nesta área. Temo até que utilizem este triste acontecimento, do qual ela não teve participação direta, para fritá-la politicamente.  Já estamos no subsolo de tudo , amigos, não merecemos este último golpe de misericórdia!  Sem Dane fecham-se praticamente todas as perspectivas de se retomar o vultoso passado Cultural da Cidade de Frei Carlos.  Percebo ( e tive informações privilegiadas sobre tudo) que , como sempre , as causas vieram de uma briga de  generais e não de simples samangos. Uma disputa de espaço político envolvendo vários atores graúdos da  política local e estadual.  Bate boca na Casa Grande termina, invariavelmente, em paulada na Senzala.
                                   Perdemos uma batalha ou fomos vencidos definitivamente? A hecatombe de hoje diz respeito apenas a 2013 ou nunca mais teremos a Mostra em Crato  ? Como a questão é basicamente de política partidária cabe uma grande mobilização da Cidade ( Estudantes, Clubes de Serviço, ICC, Fundação Mestre Elói, CDL) no sentido de intermediar estas  delicadas pendências, nas próximas edições.  Já vestimos todos os trajes da burrice nos últimos anos, não merecemos utilizar todo o enxoval. Aqui não já foi o paraíso dos homens de boa vontade ?

08/11/13